Os pais criticados por ‘monetizarem’ seus filhos nas redes sociais

Ilustração de uma criança com um tablet

O Oversharenting em Pauta: Quando a vida dos pequenos vira conteúdo

Sabe aquele bom e velho conselho da vovó: “Cuidado com o que você põe na internet, pois tudo fica para sempre”? Pois bem, parece que muitos pais, no entusiasmo de compartilharem suas vidas nas redes sociais, têm se esquecido dessa máxima do século XXI. A prática ganhou até nome em inglês: oversharenting, uma expressão que mistura o excesso de compartilhamento com a criação de filhos, e que tem colocado muitas famílias em uma saia justa na internet.

Uma História de Suco e Lágrimas

Recentemente, uma mãe no TikTok encontrou-se sob os holofotes, não por seu novo penteado, mas por uma polêmica envolvendo sua filha e sucos de caixinha. Para mostrar “quem manda” no drama frutífero, ela obrigou a menina a consumir repetidamente a bebida até a criança chorar. O vídeo se tornou viral, atraindo um misto de apoio e críticas, apontando tortura psicológica e exposição desnecessária da garota.

Ah, as redes sociais, aquelas caixas de ressonância que amplificam tanto conselhos de maternidade quanto barracos envolvendo suco e lágrimas…

Do Domingo no Parque ao Vídeo Viral

O mundo não é mais como era antes, e a família não escapou dessa transformação online. Os anjinhos de fraldas, que antes estrelavam apenas os álbuns de fotografia amarelados, agora são protagonistas de vídeos, challenges e mais, às vezes sem consentimento. Isso gera um desafio à saúde mental dessas crianças, algo que especialistas como Maria Mello do Instituto Alana destacam anos a fio.

Citamos aqui o clássico caso #SalvemBelParaMeninas, onde os pais de Bel foram criticados pelo que muitos consideraram um reality show às avessas da infância de sua filha. A menina, agora adulta, busca esclarecer o assunto, mas o impacto de tal exposição continua alimentando o debate.

Consequências e Reflexões para o Futuro

Diferente de heróis e heroínas dos contos de fada, nem todas as histórias têm um final feliz, especialmente quando a internet é o palco. Especialistas advertem sobre danos à autoestima e à formação moral dos jovens que crescem à sombra de seus “eus” digitais impulsionados por likes e visualizações.

Não se trata apenas de manter as fraldas limpas, mas também de filtrar o que realmente importa para ser publicado. Algumas influenciadoras, como Virgínia Fonseca, defendem o direito de dividir seus momentos de maternidade. Já outras, como Maya Eigenmann, reavaliam as fronteiras dessa exposição, focando em segurança e bem-estar.

Conclusão: A Responsabilidade Além do Like

Afinal, será que a busca por cliques e seguidores vale a pena quando o sorriso na tela pode encobrir lágrimas fora dela? A matéria alerta para a importância de responsabilidade e ética no uso das redes, não apenas pelo bem das crianças aqui e agora, mas pelo impacto duradouro que suas pegadas digitais podem deixar.

Aos pais, deixamos um pensamento: se não divulgaríamos nossos percalços amorosos em um outdoor na avenida mais movimentada da cidade, por que nossos filhos, em seus momentos mais vulneráveis, mereceriam esse holofote digital desavisado?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

You May Also Like